Aceitar não significa concordar


Vivemos momentos conturbados e energeticamente instáveis em nosso país. Nosso presidente, Jair Messias Bolsonaro, faz um movimento contrário a todos os líderes mundiais e evidências científicas – o que provoca uma onda de manifestações favoráveis e contrárias. Penso na parábola dos cegos e do elefante que conto agora:

 

Em uma aldeia onde todos eram cegos de nascença, soube-se que ao longo da estrada passaria uma comitiva com um animal fabuloso chamado Elefante. Diante da impossibilidade de todos irem ao local para conhecer o animal, escolheram os seis anciões considerados mais sábios para fazê-lo, afinal eles eram os mais capazes de conhecer pelo toque. Quando encontraram o elefante cada um tateou uma parte e voltaram para a aldeia para contar como era aquele animal fabuloso.

O primeiro sábio, que havia tocado a tromba, disse:

– Elefante é como uma cobra muito grossa.
O que tocou a orelha falou:
– Não, não, você está errado. Elefante é como um leque.
O outro que havia tocado a perna, falou:
– Não sei que animal vocês tocaram, mas elefante é como um tronco de árvore.
Aquele que havia tocado a barriga riu dos outros e falou:
– Elefante é um muro.
O que tocou o rabo falou irritado:
– Elefante é como uma corda.
O último, que havia tocado as presas, mais irritado ainda, ofendeu os demais e disse em tom de sabedoria:
– Elefante é uma lança.

Os seis iniciaram uma grande discussão que acabou em briga e inimizade e assim até hoje a aldeia discute sobre o que é um elefante. Há aqueles que acreditam fielmente ser um tronco, outros juram por tudo que é uma cobra, ou uma lança e assim por diante. Muitos deixaram de confiar nos sábios e outros acreditam até que elefante nunca existiu. E assim a aldeia se dividiu e disseminou o ódio e a discórdia, enfim… até hoje não se chegou a um consenso.

Nossa natureza humana busca segurança em convicções e certezas. Segundo René Descartes, o bom senso é a coisa mais bem distribuída no mundo, pois cada um pensa estar tão bem provido dele que não deseja ter mais do que já possui. Isso demonstra que o poder de diferenciar o verdadeiro do falso — aquilo que chamamos bom senso ou razão — é igual em todos os homens. A diversidade de nossas opiniões, contudo, não provém do fato de uns serem melhores do que outros, mas tão somente porque os homens não levam em consideração as mesmas coisas.

Sendo assim, não tomarei a defesa de nenhuma posição, apenas faço um convite à reflexão. O momento atual foge à nossa total compreensão e convida a mudança de paradigmas. Muito se tem falado sobre mudança vibracional do planeta, revisão de postura diante das desigualdades de raças, credos, condições sociais, etc. Sobre a lição de solidariedade, de vivência do momento e aceitação das coisas como se apresentam. Lembro que aceitar não significa concordar, significa saber que as coisas estão como estão e que se revoltar ou vibrar negativo não fará mudar, é dizer: Sim… é assim que está.

Vejo pessoas xingando, desejando e vibrando coisas negativas ao presidente. Deixo bem claro que não concordo com a postura dele, mas aceito que, neste momento, as coisas estão assim e busco fazer a minha parte permanecendo em casa e tomando todos os cuidados recomendados; porém nem todos podem ou querem fazer isso. Deve existir um propósito maior que foge a minha (ou até a nossa) compreensão para termos este presidente, neste momento e nesta pandemia. A isso digo:– Sim…, que pena ele estar tomando esta postura e vibro para que de alguma forma seja trazido o discernimento a todos: a ele, aos que são contra, e aos que são a favor. Tenho convicção, e este é meu lado do elefante, de que vibrar ódio não é uma saída salutar, ao contrário, a primeira pessoa a se contaminar por este ódio é quem o vibra.

Assisto pessoas orando pelo bem da humanidade, promovendo atos de solidariedade ao próximo, cuidando de suas famílias, buscando elevar a própria faixa vibratória e a da Terra, mas ao mesmo tempo proferindo ofensas e maus pensamentos a quem discorda de suas posições, isso me soa contraditório.

Convido todos a vibrar amorosamente ao presidente. Volto a dizer que não tem nada a ver com postura de concordância e sim a elevação de vibração. Vibrar para que ele possa despertar e cumprir o papel que lhe foi destinado pelo plano maior, consciência sistêmica, Universo, não importa o nome que queiramos dar; e que venha o melhor para toda a Nação.

Sei que alguns (ou muitos) não concordam comigo e não conseguirão vibrar amor, então o convite que faço é para também não vibrar ódio, apenas digam: que pena, sinto muito que as coisas estejam assim, elevo meu pensamento e vibro para que mudem pelo bem de todos.

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