Quando me conecto e aceito as minhas raízes, a minha origem, eu me fortaleço. Minha força vem de minhas raízes.
Com frequência recebo para atendimento pessoas que queixam de se sentirem sem forças diante de suas vidas. Esforçam-se, buscam sinceramente fazer com que as coisas deem certo, mas não conseguem compreender porque se sentem incompletos, vazios, como se lhes faltasse algo.
Sempre pergunto sobre suas famílias e, na grande maioria das vezes, surgem queixas (julgamentos) sobre os ancestrais, principalmente os pais.
Bert Hellinger, criador da Metodologia da Constelação Familiar, percebeu que muitos dos conflitos antes entendidos como individuais, na realidade são heranças emocionais. Ou seja, assim como herdamos a cor dos olhos, da pele, etc também herdamos uma força, algo que impacta a nossa vida.
Todos os sistemas, inclusive o familiar, têm leis que regem as relações e quando as leis são quebradas, desobedecidas, isto gera desarmonia e desordem. Então vamos pensar… quer gostemos, concordemos, ou não, as leis existem e nos impactam.
Nenhum sistema aceita ser desrespeitado e sempre buscará uma forma de se reorganizar. Sendo assim, os bons passos dados pelos ancestrais chegam aos descendentes como força, os passos equivocados chegam como possibilidade de contribuir para reorganização do sistema. Quando julgamos, corremos o risco de sermos injustos pois a pessoa a quem julgamos pode estar a serviço do desemaranhamento de um passo equivocado no sistema.
Qualquer coisa que experimentamos ou experimentaremos só é possível graças ao fato de nossos pais terem nos dado a vida. Nossos pais nos deram tudo, porque nos deram a vida. Nós nos conectamos ao sistema familiar a partir do amor.
Enquanto não reconhecermos a gratidão pela vida que recebemos, não poderemos tomar posse verdadeiramente de nossa própria vida, do que estamos fazendo hoje. Enquanto julgamos, não estamos disponíveis (nossa força ou energia) para realizar tudo o que queremos realizar agora, nos sentimos incompletos, vazios.
Vamos pensar… se estivéssemos no lugar de nossos pais, no contexto deles, com as dores deles, com as necessidades deles, será que faríamos diferente? Talvez fizéssemos até pior. Nós não nos conhecemos direito e nos arvoramos a querer conhecer o outro a ponto de dizer como ele deveria ser e o que ele deveria ter feito.
Conectar-se ao princípio da gratidão pela vida, aceitar e respeitar nossos pais, partindo do princípio de que fizeram o melhor que podiam, como podiam, com os recursos internos e externos que tinham, torna possível disponibilizar a força para realizar tudo o que se busca.