Um poema para minha criança interna.
Quem é esta garota
Que movimenta minha vida de forma tão intempestiva
Lança-a para cima, vira do avesso, chora e ri, ri muito como a brincar de pique-esconde
Joga com meus sonhos
Séria, como convém a uma jogadora
Leve e solta, como convém a uma garota
E me olha com seu olhar terno e inocente de menina
E me envolve e me conforta com sua expressão aconchegante de mulher
E tenta me proteger
E me pega em seus braços
E me enche de prazer e me faz rir e me leva à loucura
Às vezes me pega no colo, outras me dá colo
E me nina, e nestes momentos eu sou a menina
E me estende a mão, me convida a passear
E chora de tristeza, sente medo e sofre de incertezas
E ao chegar da noite se aquieta deixando um silêncio e um vazio melancólicos
Vá, vá minha garota
E não olhe para trás
Corra mundo, suba montanha, caminhe na neve
Construa castelos
Vá ser livre pequena, eu dou conta…