Costumamos pensar que uma relação bem sucedida é aquela onde não existem conflitos, será que isso é possível?
Somos seres sociais, não sobrevivemos isoladamente, nascemos em uma família e, desde cedo, várias pessoas passam a fazer parte de nossas vidas. Com elas aprendemos as regras sociais, as normas, crenças, valores e a viver com as outras pessoas e a desenvolver muitos tipos de relações.
Também somos seres únicos e a maneira como interpretamos o mundo está em função de diversos fatores externos e internos a partir dos quais formamos nosso jeito único de ser, pensar, sentir.
Então vamos compreender estes dois princípios… nascemos únicos em um contexto social onde aprendemos a nos relacionar e mesmo tendo nascido no mesmo meio social, não existe outra pessoa capaz de sentir, pensar, agir, acreditar, enfim, ser exatamente como nós somos.
E onde estão os conflitos? Somos diferentes, temos objetivos, sonhos e interesses individuais. Desde pequenos quando aprendemos a dizer não para desafiar nossos pais, ou disputamos um brinquedo com outra criança, estamos vivendo conflitos, ou seja, eles são inevitáveis e fazem parte do nosso processo de crescimento.
Quando há o desrespeito e a intolerância às diferenças, a tendência é uma parte se julgar maior ou melhor do que a outra e tentar se sobrepor a ela. Observamos isso, por exemplo, nos conflitos étnicos, no desrespeito a alguns grupos sociais, quer por crenças, raça, sexo, condição social, etc. Nestes casos, o conflito acirra as diferenças e promove a discriminação, a exclusão e a desarmonia.
O respeito às diferenças e a aceitação do outro como ele é, nem melhor, nem menor do que nós, apenas outra pessoa que se relaciona com o mundo de modo particular, traz flexibilidade e possibilita ampliar o olhar além do nosso próprio. Isto permite a ambos crescimento, harmonia, solidariedade, tolerãncia, inclusão e pertencimento.
Podemos entender que as ações do outro atendem às necessidade dele. Não precisamos concordar integralmente e não devemos esperar que ele concorde conosco, afinal, lembram… ninguém é capaz de ser exatamente como nós somos.
Voltando à questão inicial, uma relação bem sucedida não é aquela onde não existem conflitos e sim aquela onde os laços entre as pessoas se fortalecem através da capacidade de lidar com os conflitos inevitáveis,através do respeito às diferenças e compreensão de que, assim como nós, o outro também está fazendo o seu melhor.
